Textos simples de diversos tamanhos e estilos, com letra bastão para Alfabetização de crianças.
TEMPESTADE
O VENTO VVVVVVVVVU!
A PEDRA PÁÁÁÁÁÁ!
O FOGO FISCHHHHHH!
O CARRO VRRRRUM!
O TROVÃO BRRRBUM!
A CHUVA CHUÁÁÁ!
A PORTA BLAM!
A BOLA PLÁÁÁ!
O GRILO CRIIIIIII!
A JANELA CRÁÁÁ!
A MAMÃE ÓÓÓÓÓÓ!
O MENINO IIIIIIIIIIIIH!
O GATO MIAAAAU!
O CACHORRO AU-AU!
A MENINA RÁ-RÁ!
Regina Chamlian. Rãzinha cantora. São Paulo: Paulinas, 2007. p. 28.
POMBINHA BRANCA
POMBINHA BRANCA
O OUE ESTÁ FAZENDO?
LAVANDO ROUPA PRO CASAMENTO.
VOU ME LAVAR, VOU ME TROCAR
VOU NA JANELA PRA NAMORAR.
PASSOU UM MOÇO DE TERNO BRANCO,
CHAPÉU DE LADO, MEU NAMORADO.
MANDEI ENTRAR, MANDEI SENTAR.
CUSPIU NO CHÃO…
LIMPA AÍ, SEU PORCALHÃO!
TENHA MAIS EDUCAÇÃO!
Domínio público.
PÉ DE POESIA
PÉ DE VENTO
PÉ DE CABRA
PÉ DE CADEIRA
ABRA CADABRA
PÉ DE VALSA
CATA-VENTO
PÉ DE AMORA
PÉ DIREITO
PÉ DE SONHO
PE DE ALEGRIA
DEDO DE PROSA
PÉ DE POESIA
Fernanda Sander. In: CD Quando eu crescer, do grupo Éramos três. Belo Horizonte, 2009.
GENTE
GENTE
GENTE NAS CASAS, JANELAS…
GENTE NAS RUAS, CALÇADAS…
GENTE POR TODA PARTE!
NOS ÔNIBUS, ENGAIOLADAS.
GENTE CORRENDO OU PARADA.
GENTE BONITA OU FEIA,
SORRINDO OU DE CARA
AMARRADA.
GENTE GENTIL, EDUCADA:
– POIS NÃO! DÁ LICENÇA!
GENTE SEM EDUCAÇÃO:
– SAI DA FRENTE! É A MINHA VEZ.
GENTE APRENDENDO A VIVER,
APRENDENDO A SER GENTE.
Nye Ribeiro. Roda de letrinhas. Campinas, SP: Roda & Cia., 2004. p. 12.
MARIA VAI COM AS OUTRAS
MARIA VAI COM AS OUTRAS ERA UMA VEZ UMA OVELHA CHAMADA MARIA.
ONDE AS OUTRAS OVELHAS IAM, MARIA IA TAMBÉM.
[…]
UM DIA TODAS AS OVELHAS FORAM PARA O POLO SUL.
MARIA FOI TAMBÉM. AI, QUE LUGAR FRIO.
AS OVELHAS PEGARAM UMA GRIPE.
MARIA PEGOU TAMBÉM. ATCHIM!
MARIA IA SEMPRE COM AS OUTRAS.
[…]
UM DIA, TODAS AS OVELHAS
RESOLVERAM COMER SALADA DE JILÓ.
[…]
FOI QUANDO, DE REPENTE, MARIA PENSOU:
“SE EU NÃO GOSTO DE JILÓ, POR QUE É QUE EU
TENHO DE COMER SALADA DE JILÓ?”
MARIA PENSOU, SUSPIROU, MAS CONTINUOU
FAZENDO O QUE AS OUTRAS FAZIAM.
[…]
E ASSIM QUARENTA E DUAS OVELHAS PULARAM,
QUEBRARAM O PÉ, CHORANDO: MÉ! MÉ! MÉ!
CHEGOU A VEZ DE MARIA PULAR.
ELA DEU UMA REQUEBRADA, ENTROU NUM
RESTAURANTE E COMEU UMA FEIJOADA.
AGORA, MÉ, MARIA VAI PARA ONDE CAMINHA SEU PÉ!
SYLVIA ORTHOF. MARIA VAI COM AS OUTRAS. SÃO PAULO: ÁTICA, 1985. P. 2-32.
AVELINO GUEDES
FEIRA
O MACACO FOI À FEIRA, NÃO SABIA O OUE COMPRAR.
COMPROU UMA CADEIRA PRA COMADRE SE SENTAR.
A COMADRE SE SENTOU, A CADEIRA ESBORRACHOU.
COITADA DA COMADRE FOI PARAR NO CORREDOR.
MOURÃO, MOURÃO, LEVA O MEU DENTE PODRE E ME TRAGA UM SÃO.
ENTROU POR UMA PORTA, SAIU PELA OUTRA. QUEM QUISER, OUE CONTE OUTRA!
QUEM COCHICHA O RABO ESPICHA!
QUEM ESCUTA O RABO ENCURTA!
QUEM RECLAMA O RABO INFLAMA!
QUEM COMENTA O RABO AUMENTA!
QUEM IMPLICA O RABO ESTICA!
UM HOMEM BATEU EM MINHA PORTA E EU ABRI.
SENHORAS E SENHORES, PÕE A MÃO NO CHÃO.
SENHORAS E SENHORES, PULA DE UM PÉ SÓ.
SENHORAS E SENHORES, DÁ UMA RODADINHA
E VÁ PRO OLHO DA RUA!
Domínio público.
AS FORMIGAS
AS FORMIGAS SÃO INSETOS QUE VIVEM EM SOCIEDADE, CUJO PAPEL PRINCIPAL É DESEMPENHADO PELAS FORMIGAS OBREIRAS. AS OBREIRAS SÃO FÊMEAS QUE NÃO PÕEM OVOS. ALÉM DESTAS, EXISTEM AS RAINHAS, ENCARREGADAS DA REPRODUÇÃO, E OS MACHOS. CADA OBREIRA TEM UMA TAREFA DETERMINADA. UMAS SE ENCARREGAM DO TRANSPORTE E DE PROVISÕES, OUTRAS SE OCUPAM DE SERVIÇOS INTERNOS, COMO CUIDAR DA RAINHA E DAS FORMIGAS PEQUENAS, ALGUMAS MONTAM GUARDA À ENTRADA DO FORMIGUEIRO. ESTAS ÚLTIMAS SÃO OS “SOLDADOS”, GERALMENTE MAIORES E DE MANDÍBULAS MAIS FORTES. A EXISTÊNCIA DE UM FORMIGUEIRO É ASSINALADA PELA PRESENÇA DE UM MONTÍCULO DE TERRA À ENTRADA DO BURACO. NEM TODAS, PORÉM, VIVEM DEBAIXO DA TERRA: ALGUMAS SE INSTALAM EM OCOS DE PAU. […] A FORMIGA QUE MAIS PREJUDICA O HOMEM É A SAÚVA, TAMBÉM CHAMADA DE FORMIGA–DE-MANDIOCA E FORMIGA-CORTADEIRA. DESTRÓI AS PLANTAÇÕES, E É COMPARÁVEL A UMA PRAGA DE GAFANHOTOS. CORTA TODAS AS FOLHAS VERDES E CARREGA PARA O FORMIGUEIRO. NÃO COME AS FOLHAS. ESTAS SERVEM PARA NELAS SE DESENVOLVEREM COGUMELOS QUE LHE SERVIRÃO DE ALIMENTO. […]
ENCICLOPÉDIA DELTA JÚNIOR. RIO DE JANEIRO: EDITORA DELTA S.A. VOLUME 6. P. 829-830.
FABIO COLOMBINI
CAIXA MÁGICA DE SURPRESA
UM LIVRO É UMA BELEZA, É CAIXA MÁGICA SÓ DE SURPRESA.
UM LIVRO PARECE MUDO, MAS NELE A GENTE DESCOBRE TUDO.
UM LIVRO TEM ASAS, LONGAS E LEVES QUE, DE REPENTE, LEVAM A GENTE LONGE, LONGE.
UM LIVRO É PARQUE DE DIVERSÕES CHEIO DE SONHOS COLORIDOS, CHEIO DE DOCES SORTIDOS, CHEIO DE LUZES E BALÕES.
UM LIVRO É UMA FLORESTA COM FOLHAS E FLORES E BICHOS E CORES. É MESMO UMA FESTA, UM BAÚ DE FEITICEIRO, UM NAVIO PIRATA NO MAR, UM FOGUETE PERDIDO NO AR, É AMIGO E COMPANHEIRO. ELIAS JOSÉ.
CAIXA MÁGICA DE SURPRESA. SÃO PAULO: PAULUS, 2004. P. 6.
MEU CORPO
EU TENHO DOIS OLHOS
QUE SÃO PARA VER.
EU TENHO UM NARIZ
QUE É BOM PARA CHEIRAR.
EU TENHO UMA BOCA
QUE SERVE PARA COMER.
EU TENHO ORELHAS
QUE SÃO PARA ESCUTAR.
TENHO DUAS PERNAS
E TENHO DOIS BRAÇOS
QUE SERVEM PARA ANDAR
E PARA OS ABRAÇOS.
A CARNAÚBA
A CARNAÚBA, PALMEIRA DO SERTÃO NORDESTINO,
TEM 1001 UTILIDADES. A MADEIRA DE SEU TRONCO,
QUE MEDE ATÉ 15 METROS DE ALTURA, É MUITO
PROCURADA PARA A CONSTRUÇÃO DE CASAS. A POLPA
DE SUA FRUTA É USADA NA FABRICAÇÃO DE UM TIPO
DE FARINHA. EXPORTADA PARA O MUNDO INTEIRO, A
CERA EXTRAÍDA DE SUAS FOLHAS GANHOU FAMA POR
SER MAIS RESISTENTE E TER UM BRILHO MAIS INTENSO.
FRUTAS COMO MAÇÃ E MANGA RECEBEM UMA CAMADA
DESSA CERA ANTES DE SEREM EXPORTADAS, EVITANDO-
-SE, ASSIM, QUE PERCAM ÁGUA. A CERA DE CARNAÚBA
TAMBÉM ENTRA NA COMPOSIÇÃO DO BATOM, DANDO-
-LHE RESISTÊNCIA AO CALOR, E FUNCIONANDO COMO
ISOLANTE ELÉTRICO EM CHIPS DE COMPUTADORES.
■ MARCELO DUARTE. O GUIA DOS CURIOSOS. SÃO PAULO:
COMPANHIA DAS LETRAS, 1999. P. 328-330.
O GATO E O RATO
O RATO RAJADO RÓI UM BOCADO DO QUEIJO
FURADO.
ESTÁ TÃO DISTRAÍDO QUE NEM VÊ O GATO
PINTADO BEM DO SEU LADO.
O RATINHO CORRE TANTO QUE QUASE PERDE
O CORAÇÃO NO CAMINHO.
MAS CHEGA BEM A TEMPO NO SEU BURACO:
MAIS UM POUQUINHO E ERA UMA VEZ UM
RATO…
■ ROSEANA MURRAY. NO MUNDO DA LUA.
BELO HORIZONTE: MIGUILIM, 1983. S.P.
VERDE QUE TE QUERO VERDE
HÁ PLANTAS CARNÍVORAS NO BRASIL? SIM. O
BRASIL TEM UMA GRANDE QUANTIDADE DESSAS
PLANTAS QUE ATRAEM, PRENDEM E DIGEREM… OS
INSETOS. SOMOS O SEGUNDO PAÍS EM NÚMERO DE
ESPÉCIES (O PRIMEIRO É A AUSTRÁLIA). O BRASIL
ABRIGA QUATRO GÊNEROS DE PLANTAS E MAIS
DE 100 ESPÉCIES ESPALHADAS PELO BRASIL. ELAS
VIVEM EM SOLOS ÚMIDOS, MAS, AO MESMO TEMPO,
ENSOLARADOS. OS PLANALTOS MERIDIONAL E
ATLÂNTICO, DO RIO GRANDE DO SUL ATÉ A BAHIA,
CONTÊM VÁRIAS REGIÕES FAVORÁVEIS A ESSES
VEGETAIS. CERTAS PORÇÕES DO LITORAL E DE
MONTANHAS TAMBÉM TÊM CARNÍVORAS.
■ MARCELO DUARTE. VERDE QUE TE QUERO VERDE. O
GUIA DOS CURIOSOS. SÃO PAULO: PANDA BOOKS, 2011. P. 276.
SABIÁ, LÁ NA GAIOLA
SABIÁ, LÁ NA GAIOLA
FEZ UM BURAQUINHO
VOOU,VOOU, VOOU, VOOU
A MENINA QUE GOSTAVA
TANTO DO BICHINHO
CHOROU, CHOROU, CHOROU, CHOROU
SABIÁ FUGIU DO TERREIRO
FOI CANTAR NO ABACATEIRO
E A MENINA VIVE A CHAMAR
VEM CÁ, SABIÁ, VEM CÁ
SABIÁ LÁ NA GAIOLA
A MENINA DIZ SOLUÇANDO
SABIÁ, ESTOU TE ESPERANDO
SABIÁ RESPONDE DE LÁ
NAO CHORES QUE EU VOU VOLTAR.
■ HERVÉ CORDOVIL E MÁRIO VIEIRA. SABIÁ LÁ NA GAIOLA.
BANDEIRANTE EDITORA MUSICAL LTDA. (ADDAF).
HISTÓRIA DA ESCRITA
HÁ MILHARES DE ANOS, QUANDO OS HABITANTES DO PLANETA
AINDA MORAVAM NAS CAVERNAS E ALIMENTAVAM-SE DE FRUTAS,
RAÍZES, ERVAS E CARNE DE ANIMAIS QUE CAÇAVAM, A ESCRITA NÃO
EXISTIA E, TALVEZ, OS HOMENS MAL SOUBESSEM FALAR.
MAS, ASSIM COMO NÓS, ESSAS PESSOAS TINHAM NECESSIDADE
DE COMUNICAR O QUE PENSAVAM E SENTIAM.
ENTÃO, FAZIAM DESENHOS NAS PEDRAS DAS CAVERNAS.
HOJE SABEMOS QUE HÁ EM MUITOS LUGARES DO MUNDO,
INCLUSIVE NO BRASIL, CAVERNAS E ROCHAS COM DESENHOS E
PINTURAS DAQUELA ÉPOCA, PORÉM NÃO SABEMOS COM CERTEZA
O QUE QUERIAM EXPRESSAR COM ELES.
VIAGEM
OUEM LÊ VAI EM FRENTE
QUEM ESCREVE VAI TAMBÉM.
O POETA SEGUE CONTENTE
QUANDO DIRIGE ESSE TREM.
PIUÍÍÍÍÍÍÍÍÍ! PIUÍÍÍÍÍÍÍÍÍ!
TOCA O APITO DA ESTAÇÃO
BEM NA HORA DE PARTIR.
LÁ VAI O TREM… VAMOS TAMBÉM…
VOCÊ ENTRA, SAI E BRINCA
COM PALAVRAS EM MOVIVIMENTO.
PARA. À ESQUERDA. À DIREITA.
POESIA A GENTE INVENTA.
(Poesia a gente inventa. 6. ed. São Paulo: Ática, 1999.)
Qual é o tamanho
Pulga é pequerrucha, Grandalhão é gigante, Mais ou menos, médio.
Gargalhada é alta, Oceano é exagerado, Pesado, o tédio.
Perto é pequeno, Longe é maior, Língua, comprida.
Fininho é o pernilongo, Muito é o sol, Imensa, a vida.
(Qual é que é. São Paulo: Cortez, 2004. p. 15.)
PULGA
PULGA TOCA FLAUTA,
PERERECA, VIOLÃO,
PIOLHO PEQUENINO
TAMBÉM TOCA RABECÃO.
OSOUINDÔ LÊ LÊ!
OSOUINDÔ LÊ LÊ LÁ LÁ!
OSOUINDÔ LÊ LÊ!
NÃO SOU EU OUE CAIO LÁ.
(Domínio público.)
O Pato
LÁ VEM O PATO PATA AQUI, PATA ACOLÁ LÁ VEM O PATO PARA VER O QUE É QUE HÁ. O PATO PATETA PINTOU O CANECO SURROU A GALINHA BATEU NO MARRECO PULOU DO POLEIRO NO PÉ DO CAVALO LEVOU UM COICE CRIOU UM GALO COMEU UM PEDAÇO DE JENIPAPO FICOU ENGASGADO COM DOR NO PAPO CAIU NO POÇO QUEBROU A TIGELA TANTAS FEZ O MOÇO QUE FOI PRA PANELA.
O PATO
■ VINÍCIUS DE MORAES. O PATO. IN: A ARCA DE NOE. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 1999. P. 40.
Fora da gaiola
PASSARINHO
NÃO PODE VIVER PRESO.
PASSARINHO
É BOM DE SE VER
VOANDO.
PASSARINHO É BOM DE SE OUVIR CANTANDO.
PASSARINHO NÃO TEM DEFEITO.
PARA SER
O ENFEITE DO MUNDO É QUE PASSARINHO FOI FEITO.
LALAU E LAURABEATRIZ. FORA DA GAIOLA E OUTRAS POESIAS. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 1995. P. 6