Diversos Poemas sobre Folclore para imprimir
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O Curupira
Seu Curupira, dono da mata,
como é, como é você?
Quem já viu o Curupira
cai sempre em contradição:
uns falam que ele é gigante,
outros, que é um curumim
e outros, que é um anão.
Uns falam que ele se mostra,
outros dizem que se escondem
bem dentro do breu da noite.
Mas ninguém duvida, jamais,
que o Curupira protege
as matas e as florestas
e é o senhor dos animais.
E o Curupira, se vê um caçador,
vira mágico e vira a mata.
Dá sinais, engana e pia,
assobia e espanta as aves
e espanta os outros animais.
E assim ele desvia a morte
e desvia dos caminhos o caçador.
Se o caçador não se retira,
vira fera o Curupira,
Os pêlos soltam-se do corpo,
monta num porco-espinho
e, com ira, o Curupira se atira
pra cima do caçador.
Na mata, o caçador já não mata:
chegou seu dia de caça,
vira caça do Curupira.
E o Curupira, se vê um lenhador,
brinca de esconde-esconde.
Só pra defender a floresta,
nos troncos ele se esconde.
O corpo se encolhe pra dentro,
a queixada e as imensas orelhas
se balançam com febre pra fora.
Nervosos, os galhos de agitam
e os pêlos do Curupira se arrepiam
e soltam mil choques e luzes.
O lenhador quase pira:
pega o machado, dá no pira,
sem ver que era o Curupira.
E o Curupira só ternura inspira
aos habitantes da mata.
Mas quem mata ou destrói a mata
vai ter que enfrentar a ira
do valente Curupira.
Seu Curupira, dono da mata,
como é, como é você?
Elias José, Cantos de encantamento, 1996. Pag, 12-13
Encontro com lobisomem
Dizem que lobisomem
É meio bicho e meio homem
Que nas noites de lua cheia
A tudo que encontra consome.
É folclore no Brasil
Mas alguém fala existir
É monstro feio cabeludo
Ao falar dele todos param de rir.
O lobisomem rasga os cachorros
Por onde passa deixa o rastro
É sanguinário é bestial
Maltrata os animais no pasto.
Encontrei com um lobisomem
Quando ia namorar
A noiva morava no sítio
Nem gosto disso lembrar.
Ele olhou para mim
Com aqueles olhos terríveis
Olhos grandes e rasgados
Janelas pro invisível.
Enfrentei o lobisomem
Ora parecia bicho, ora parecia homem
Com urros terríveis
O medo quase me consome.
Quase vim a desmaiar
Quando veio me pegar
Parecia do além
Situação difícil para alguém.
Criei força e coragem
Ferveu nas veias o sangue nordestino
Aquilo para mim era visagem
Morrer ali seria meu destino?
Nada disso, chamei por Deus e Jesus
O bicho me perseguia
Era violento e terrível à vista
Momentos que para ninguém eu queria.
O monstro quase me abraçou
Abraço temível sem amor
Minha blusa com as unhas tirou
Quase minha pele devorou.
Acertei-o com um murro
Era duro como pedra
Quase quebrei a mão
Ao bater naquela fera.
Ao procurar sacar a arma
O bicho não me dava chance
Pulava pra cima de mim
Estava mais feio que antes.
Consegui ferir o bicho
Que soltou um alto grito
Na mata ele entrou, não sei o que ele era
E nunca mais voltou…
Poema do livro: “NÓS SOMOS POESIA” – Antonio Cícero da Silva, 2005, RJ
Poema – Sacizadas
O leite azedou
O ovo gorou
Será que o mundo
Maluco ficou?
Meu livro sumiu
Ninguém mexeu
Pedaço de toco
O boi comeu.
Galinha fugiu
Redemoinho formou
Vim cá correndo e
Ninguém me chamou.
Cadê o toicinho
Que eu pus bem ali?
Acho que um saci
Passou por aqui…
Sander, Fernanda
Texto inédito, 2002.
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